Poesias 4
As duas primeiras poesias ("Atlas" e "Geopoética: Atlas") inicialmente era a mesma, mas as propostas eram diferentes e eu a desmembrei em duas, a primeira mais mitológica e a segunda mais geográfica e modernista
Atlas
Sou Atlas à frente
Titânica armada
Batalha perdida
Ação condenada
O mundo carrego
Estrutura arqueada
As costas dolentes...
Cansadas
Os deuses de outrora
Que me condenaram
Gozaram da Aurora
Mas já despencaram
Sustento essa Terra
Suporto esse mundo
O Olimpo se encerra
Mostrando-se imundo
Seus deuses caídos
Substituídos
Deixados de lado
Pertencem ao passado
E o Titã punido
Ainda é oprimido
Mas forte o bastante
Mantém o levante
A Terra resiste
À força das eras
Não pelo que assiste
Nem pelo que espera
Mas pelo que existe
No bojo da esfera
O filho que leva
O filho que a leva
Sem leviandade
Ou pretensão vã
Conhece em verdade
O poder de um Titã
Geopoética: Atlas
Em Globo na mão, com tensão, continente
Da nação de área à mente determinada
Em cenas são, de certo, disserto
Deserto, de gelo, depressão, mata...
...Mantenho meu tópico
Mantenho-me utópico
Meridiano ao trópico
Mediano, típico
Homens “Alfa”, dominam homens “Beta”
Com setas pra lama
Defendo homens “Gama”
Abrangentes, à gente
Mas um só não sente
A cor da paisagem
Mais um Sol nascente
Acorda o país. Age
Regressão Continuada
Progressão
Pregação
Pra agradar a população?
Praga da prosmicuidade
Pragmática
Padrão
Piras são
Para ação
Não deixa comprar ação
Paradigma precário
Pilantragem desigual
Sabotagem nacional
Maquiagem social
Pura prática perversa
Parecer proposital
Estado em depreciação
Pra burguesa opinião
Que seria a solução
Privatizar a educação
Capitalismo do mal
Vertente neoliberal
Iniciativa privada
Gera matéria fecal
Detona a concorrência
Estúpida demência
Ação sem consciência
Sem ciência, irracional
Manifesto de Educação e Poesia
Cabresto
Sempre texto
Sem prosa
Sem pudor
Sem porta
Não se importa
Se esse impor
Se for esse
Por favor
Obrigado de nada
Com licença, sim senhor
Me concede a palavra
Esse dom libertador
Poesia versada
Informa da dor
Tirania encerrada
Com verso de amor
Seremnata
Ser vivo, serviçal
Vem servir
Vem cerveja
Ser vil
Servical sara
A dor mede cerne
De serem nós
De serenata
Sarau
Sábado é dia de sarau, comunidade reunida
Alguns rostos são comuns, outros não
Muitos deles residentes da região
Separados pelo sistema
Afastados pelo trabalho
Ou isolados no conforto do lar
Na frente da TV ou do computador
Reservam um dia pra se reunir presencialmente
São agora mais humanos, são poetas, músicos ou atores
Ou apenas admirados espectadores
Todos expressando os sentimentos
Criam um clima no ambiente onde todos se admiram
Se respeitam e se amam
O clima contagia, mesmo quando o sarau termina
Você ainda é o mesmo e a comunidade está ali
Não há motivo pra conter a vontade de sorrir
A Musa
Corpo Divino
Rosto Angelical
Alma Humana
Quente e Calorosa
Espírito Imortal
Ser que emana
Energia Poderosa
Atração Celestial
Cintilante e Graciosa
A Estrela Principal
Sua presença irradia
Ela aquece o coração
Perto dela é sempre dia
Ela é o Sol do meu verão