Poesias 5
Cifrão
Cifrão dourado
No pescoço acorrentado
Adornando um jovem periférico
Que se fere adorando
Sua vil condição
Cifrão
Não condiz, mas conduz
Com a luz do seu brilho
Que aciona o gatilho
Desvia do trilho
Desvirtua o filho
Desune o irmão
O cifrão domina
No verso da rima
Da mídia que inverte o valor
Na imagem da libertinagem
Que não libertou
Um "Esse" de sangue
Que a serpente atrai
Sedenta de sexo, saque e suor
Esse que não soma
E só subtrai
Daquilo em que somos melhor
Ser, não o ter
Essa é a questão
Dr Povo e Sr Polvo: O Cientista e o Monstro
Um dia um cientista social
Formulava um composto radical
Visava eliminar toda maldade
Que havia numa dada sociedade
Inspirava pavor
Aquela mentalidade
Há quem vinha se opor
Ou via oportunidade
E assim a tempestade se adianta
Chega a hora, sua obra se levanta
Um terrível Leviatã
Arreganha a garganta
Devorava tudo a frente
Consumiu o cientista
Do qual obteve a mente
Acoplou os oportunistas
E pra vencer os obstáculos
Deles fez os seus tentáculos
Era acéfalo e disforme
Esse enorme cefalópode
Formou, se falo pode
As tochas acendidas
Soavam uma ameaça
Apagadas e caídas
São cortinas de fumaça
Pusilânime artifício
Pra tamanha proporção
Esconder era difícil
Hedionda aberração
Aprendeu a camuflar
Toda sua atrocidade
Conseguiu manipular
Uma nova habilidade
Uma tinta que produz
E com ela domina
Priva o povo da luz
Escrevendo sua sina
Canalizada e processada
Do sangue do cidadão
Essa tinta é transformada
Através da absorção
Ela deve ser usada
Pra guiar nossa visão
Na batalha nivelada
Cria dor e cria ação
Geopoética – Shopping
Exposto no Shopping Sem ter
Acesso, renda, saúde
Educação acessível
Sem nível
Ternos, caros, italianos
Padrão, elegante
Tendência de imagem
Colônias francesas
Maquiagens, cosméticos
Cosmopolitas
Sistemas japoneses
Elétricos
Virtuosos, virtuais
Periféricos chineses ganham espaço
Nas vitrines globais
E o american way of life
Nos movie com
Hollywood
Ilude o ideal
O IDH valoriza
Se marginaliza o Real
O custo de vida é alto
E o produto interno é bruto.
Riolywood
Pop, Pop, Pop
Estorou, chama o Bope
É Pop, é top
Entope o cinema
O Tema?
Tema...
...em-torpe-sem-tido
Em-torpe-sem-dó
Foguete
Avião
Capitão
Nascimento da lenda
Catarse
Parlenda
Sucesso de venda...
...desvenda?
Resumo do Começo de um Novo Dia (Vá ler)
Protesto pacífico reprimido
Estudante, trabalhador, cidadão de bem agredido
Como se fosse bandido
Como se fosse uma gangue
O branco da paz sujo de sangue
Atravessando a marginal
Estava lendo no jornal
Aumentou a condução
Piorou a condição
Papel: sempre na mão
Estava lendo no Buzão
Buzina
Rotina
Quem berra é barrado
O be-a-ba força a barra
Do que segue a trilha
Estava lendo na cartilha
Estava lendo na Constituição
Meu direito cidadão
De ir e de vir
De seguir direção
Nos Mapas
Futuro
Nas Cartas
O Furo
Nos Astros
Futuro
Pra quem estava lendo?
Revista na lista
A sina da vida cigana
Distorcida, traçada
Faz, não pensa, se dana
Pensa, não faz, e nada
Até quando estava lendo a coluna “social”
Invertendo-se os valores
Baseando a sociedade na coluna cervical
Dos que tomam suas dores
Tem que ler
Aprender e escrever
Vir, ver, viver
Fazer valer












