Poesias 7

Minha Primeira Tentativa de Um Haicai

 

Escuro

Céu limpo

O brilho da Lua

 

 

Cidadão Não

 

Cidadão? Não!

 

Não te deram o direito pra me chamar assim

Não me deram os direitos pra que eu possa ser chamado assim

 

O valor que me dão é inversamente proporcional ao que me devem

E não espero que elevem meu status

 

Meu Estado é abandonado e ocupado

O culpado por Senhores do Destino

 

De um país que não é livre, é libertino

Sempre enquadrado em posto

 

Paga pato, paga sapo, paga mico

E pau pro rico na TV, que não te vê

 

Não dá bola, vez ou voz

Só canal sem opção

 

Sem saúde e educação

Nem segurança

 

Vigilância (espiadinha)

Piadinha de mau gosto

 

Num país que cidadão

Só é pagador de imposto

 

 

Feto

 

A fé no feto afeta a festa

De uma frente infanticida?

Ou afronta enfrentadores

Da ferida infestadora?

 

Infantaria de infelizes

Em fileira são um fato

Filhos feitos sem afeto

Sem comida no seu prato

 

Sem um teto

Pés no chão

Que faltou para seus pais

Que faltou pro seu país

 

Enfermeiros enfatizam

Que se forme

Se informe

Ou se firme

 

Pois na novela e no filme

Vem em forma de feliz

Desinformando o final

Não informando o seu preço

 

O fim pode ser fatal

Pois o feto é só o começo

 

 

Frutas secas

 

Tamara

Moça castanha

Que vem do Pará

 

Sempre passas

Qual dama

 

Damasco no frasco

Perfuma

 

Os olhos de amêndoas

Pra nós

 

Trazem mágoa

Sem água

 

Cabelo ondulado

Aonde se escondem

 

A mecha de lado

Os cobre qual beca

 

Ou qual mulçumana

Rumando pra Meca

 

Ela não se engana

Assusta-se ou peca

 

Sobrevive e luta

Como fruta seca.

 

 

Sabiá de Briga

 

A falta do pio

É o ópio

Do próprio martírio

 

O nosso suplício

Supre o cio do ócio

 

Dos ossos

Do ofício

Do silêncio hostil

 

Sede que não supriu

Esse vício

 

Ser vice

Serviu

Seja mais

 

Seja vil

Ou civil

 

Seja sem ser jamais

 

 

Brilho da Natureza

 

Semântica

Mal entendida

 

Ferida

 

Não soa certeira

Não soa perdida

 

Fluída

 

Sem eira nem beira

Romântica vida

 

Florida

 

Geopoética: Capoeira

 

Capoeira

Arte brasileira

Pátria amada

 

Terra capinada

Não mais mata

 

Ou será?...

 

Ceará, Fortaleza

Que traz a beleza

Alegria e a dor

 

Bahia, Salvador

Causador

Tocador que te toca

 

Tocantins, Palmas

Que tocam as almas

No céu a voar

 

Qual radar

Dá um zoom

Zum, zum, zum

 

Capoeira mata um

 

In Posição

 

Posto, imposto

Porão. imporão

 

Festa, infesta

Manifestação

 

Verso, inverso

Nação, Inação

 

In...

Formação.

Dica

Após lerem o artigo à sua direita ouçam a música do Legião Urbana "Petróleo do Futuro":

 

https://www.youtube.com/watch?v=CNrU-P3xqko

 

  

Desenvolvimento Sustentável, Meio Ambiente e a Fome

São temáticas muito interessantes e importantes que eu gostaria de aqui e agora expressar minhas conclusões sobre meus estudos e reflexões, mas antes acho importante a definição de alguns termos.

Desenvolvimento Sustentável: Segundo a comissão Brundtland (Organizada pelas nações unidas) significa a capacidade de as sociedades presentes crescerem econômica e tecnológicamente sem comprometer as gerações futuras.

Meio Ambiente: De acordo com José Carlos Barbieri, um dos maiores nomes em Gestão Ambiental no Brasil, em francês Environnement e em Inglês Environment cujo o prefixo vem de "Environer" que significa circunscrever, cercar e rodear. Em espanhol Médio Ambiente e em Português Lusitano simplesmente Ambiente, o prefixo "Ambi", do latim, dá a ideia de "ao redor de algo" ou de "ambos os lados". Resumindo: Meio Ambiente é tudo aquilo que envolve ou cerca os seres vivos.

Um outro termo muito atrelado a esses temas mas que existe muita dificuldade na interpretação é Natureza. Eu particularmente me baseio na concepção de Carlos Walter Porto Gonçalves, presidente da Associação dos Geógrafos Brasileira de 1998 até 2000. Gonçalves afirma que a natureza é um conceito humano, que se difere de acordo com um período e uma sociedade. Milton Santos, outro renomado geógrafo brasileiro, afirma que a natureza primeira conhecida é sempre uma natureza segunda, pois ela está sempre em transformação, mesmo em tempos que triunfava sobre as técnicas humanas. Voltando ainda para Gonçalves, é levantada a questão de o que difere natureza e homem, se é o fato de fabricar, construir técnicas, raciocinar e/ou viver em sociedade, afirmações constantemente derrubadas pela percepção de uma ou várias dessas características em outros grupos animais. Eu particularmente gosto da ideia de diferenciar o homem no fato de que ele é capaz de interferir diretamente em todas as outras propriedades da natureza, aí cabe uma autocrítica de não generalizar o "Homem" como um grupo homogêneo, sem discriminar, por exemplo, um cientista da NASA com acesso às melhores tecnologias de um pedinte marginalizado.

Gonçalves ainda aponta o fato de a sociedade ocidental moderna associar a natureza como objeto (visão objetiva) a ser explorado, associando constantemente à ideia de natureza grupos e sociedades humanas oprimidas, como o pobre, o camponês, os índios, os negros e as mulheres.

Aquecimento Global?

Cabe uma observação a uma ideia muito polêmica no campo da Ecologia, que é o Aquecimento Global. O Movimento Ecológico ganhou força na sociedade acadêmica e política a partir da Conferência da Biosfera, em 1962, na França, que deu origem a outras conferências importantes, em destaque: Estocolmo em 1972, Tibilisi em 1977, Montreal em 1987, Rio 92 (ou Eco 92) onde foi assinada a Carta da Terra (Agenda 21) e Quioto em 1997, onde foi assinado o protocolo que determinava metas para diminuir o gás carbônico do planeta, vilão do que a comunidade cientifica chamaria de "Aquecimento Global".

Cabe aqui críticas para essa ideia e para os E.U.A. As críticas em relação às metas se valem considerando que é pregado para a sociedade que o gás carbônico é o grande vilão, esquecendo de gases muito mais poluentes (aliás esquecendo é um termo errado, percebe-se caroço no angu), a segunda crítica vai para o governo Norte-Americano que não quis assinar o protocolo de um lado, mas de outro, criou um mercado de carbono onde os países que produzem menos carbono podiam vender seus direitos de emissão aos que produzem mais, mostrando de cara que não toma nenhuma posição a favor e nem contra a ideia acadêmica, apenas a aproveita da melhor forma comercial possível.

Quanto à crítica da teoria do Aquecimento Global em si, vale a pena ver no You Tube a palestra do Professor Doutor Ricardo Augusto Felício, dividido em 2 vídeos:

https://www.youtube.com/watch?v=a71hRyxCylk

https://www.youtube.com/watch?v=JFb7zGG4xbw

A Fome no Mundo

Bem, a fome por sua vez não é uma teoria, é um fato que todos sabemos ser real, na África, Indochina, Nordeste Brasileiro e até em grandes cidades vemos pessoas desnutridas ou subnutridas, isso sem considerar os obesos, diabéticos, hipertensos etc que também apresentam graves problemas de nutrição. Já as causas também apresentam teorias(?) diferentes, por exemplo, várias mídias, políticos e acadêmicos dizem que não falta comida no mundo, afirmando que o problema na verdade é a má distribuição de renda. Que a concentração de renda é um grande problema é fato, mas será que realmente existe alimento para todo mundo?

A água potável já se assume que não há mais para todos, sendo grande parte desviada para atividades industriais e para a agricultura. Ora, mas a água é o elemento básico da vida, o ser humano aguenta viver mais tempo sem comida do que sem água, baseando-se nisso o sistema já começou errado. Thomas Malthus (1766-1834), economista britânico que, segundo alguns artigos e autores, incluindo Barbieri acima citado, também era pastor (reverendo, religioso), é considerado por muitos como pai da demografia. Malthus dizia que a produção de alimentos cresce desproporcional à população humana, de forma que um dia não haveria mais alimento para toda humanidade. Thomas Malthus também fazia afirmações funestas, como a de que a guerra e as doenças são boas por que diminuem o excedente populacional, uma afirmação constantemente reverberada por grandes capitalistas selvagens, ao contrário da afirmação sobre a falta de alimentos, que é constantemente negada.

Se Malthus estava errado, por que tanta sintetização de alimentos? Por que tantos agrotóxicos? Transgênicos? Clone? Acelerador de Partículas? Com o magnífico discurso de "Acabar com a fome no Mundo" de grupos que dominam cada vez mais a produção de alimentos, como a Monsanto, Bayer, Cargill etc. Então o problema da fome não é só um problema de distribuição de renda? O mundo está em crise de alimentos? A menos que possamos considerar como alimento um produto com o valor nutricional cada vez mais perto de zero, ou até negativo, considerando os componetes cancerígenos e maléficos em geral.

E sobre a tecnologia?

Um dia a tecnologia resolverá todos os nossos problemas, certo? Ora, que dia é esse que nunca chega? A tecnologia está evoluindo a cada segundo, cada vez mais desde sempre. A cada momento somos notificados de uma nova tecnologia ambiental, "Reciclagem", "Energia Limpa(?)", "Transformação de refugos e outros compostos orgânicos em energia", mas qual é o resultado dessas inovações em nosso dia a dia? Na prática? Será que essas energias serão economicamente viáveis? Se forem, será que estarão disponíveis para nós? E por que estariam? Se em algum momento os grandes cientistas e suas máquinas satisfizerem todos os desejos da humanidade a elite se apossará primeiro, como sempre, e nesse momento qual será a "utilidade" do proletariado para eles, lembrando que o espaço físico também é limitado e que a humanidade não pode ocupar todo o espaço da Terra? Dependemos da fauna e da flora para viver, portanto se não há lugar pra eles também não há vida para nós.

Precisamos de outra noção de tecnologia, seu auxílio é importante, mas precisamos aprender que também dependemos de práticas e hábitos saudáveis, ou podemos apostar todas as nossas fichas em um futuro improvável em que haverá espaço e privilégios maravilhosos para toda a humanidade, vendo a nossa qualidade de vida e a dos nossos filhos cair cada vez mais até a chegada desse dia.